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Desfluxo — 2022
Desfluxo vem experimental a relações entre fotografia e a cidade, tendo o foco na narrativa das pessoas que experienciam as ruas como espaços de existência e resistência enquanto modo de ocupação e criação de territórios, onde objetivou manifestar alguns elementos sob a marca do estigma, da subtração e da deficiência desses espaços urbanos em relação à inclusão e acessibilidade nesse percurso. Nesse panorama, caminhar pela cidade como proposta de apreensão, torna-se uma ferramenta essencial para criar condições de diálogo com os sujeitos, desenvolvendo a politização, ou seja, o saber sobre si mesmo e sobre a coletividade. Um método que se propõe a investigar as diversas particularidades não retratadas nos levantamentos usuais e procura registrar a subjetividade de um espaço e de que maneira ele é ocupado, por quem e como ele é explorado. Nesse sentido Careri (2013) afirma que ao adentrar a cidade e introduzir-se em seus pensamentos é uma forma artística. Onde o transeunte de um território procura “indicar o caminhar como um instrumento estético capaz de descrever e modificar os espaços que muitas vezes apresentam uma natureza que ainda deve ser compreendida e preenchida de significados, antes que projetada e preenchida de coisas” (CARERI, 2016, p. 32). Portanto, esse encontro com o Outro que nos atravessa a fotografia e forja um modo de ver a rua, se traduz pela presença do corpo excluso nesta linha que desvenda o acontecimento menor à medida que nos aproximamos, seja caminhando desvairado, intervindo no território ou simplesmente fazendo registros. Os resultados são imagens incertas (ou certas demais) a partir das quais somos convidados a experienciar a cidade, e nos coloca diante de questões cada vez mais complexas e mostra a necessidade de apreender novas formas de sentir e entender a multiplicidade dos seus espaços.
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Sequência de 3 fotografias / Sequence of 3 photographs
Pigmento mineral sobre papel algodão / Mineral pigment on cotton paper
60x 40cm
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